Canal do Panamá

O Canal do Panamá é uma das maiores obras de engenharia do mundo, um atalho entre o oceano Pacífico e oceano Atlântico.

 
O Canal do Panamá é (...) um canal artificial de aproximadamente 80 km que permite a passagem de grandes navios entre o oceano Pacífico ao oceano Atlântico (mar do Caribe).
 
 
O canal atravessa o istmo do Panamá e evita que os navios precisem contornar toda a América do Sul (em torno de 17 mil km e muitos dias de viagem e evitar a perigosa rota do cabo Horn, no extremo sul das Américas).Se tornou assim, uma travessia chave para o comércio marítimo internacional. As eclusas em suas extremidades permitem que os navios sejam levantados 26 metros acima do nível do mar para atravessar o lago Gatún e transitar entre um oceano e outro.O Canal do Panamá já tem mais de 100 anos de funcionamento. Foi inaugurado em 1914 e ampliado em 2016 para receber navios ainda maiores com capacidade para 14.000 containers. Para se ter uma ideia, em 2017, passaram 13.548 navios pelo canal, somando mais de 403,8 milhões de toneladas em carga.
 
 
Graças ao Canal do Panamá, navios podem atravessar em dez horas uma faixa de terra de 80 km na América Central que separa o Atlântico do Pacífico. A alternativa, que é contornar a América do Sul, leva duas semanas. Trata-se de um marco da engenharia do século 20, criado para facilitar o comércio marítimo mundial.O atalho era cobiçado desde o século 16, quando navegadores descreveram o potencial de abrir uma passagem no istmo – nome que os geógrafos dão a uma estreita porção de terra entre águas.Quem iniciou a construção do canal foi a França, em 1881. Pouco tempo antes, em 1869, os franceses haviam terminado outro canal, o de Suez, no Egito – que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo. 

 

A tentativa francesa de construir o Canal

No século XIX, o Panamá era uma província colombiana, e sua configuração territorial já chamava a atenção de estudiosos e autoridades de países desenvolvidos. Em 1879, o francês Ferdinand de Lesseps negociou com a Colômbia a permissão para construir um canal marítimo em seu território e para tanto, criou a Companhia Universal do Canal Interoceânico do Panamá. Entretanto, a iniciativa não deu certo e a sua empresa faliu em 1889.O fracasso da construção francesa do Canal do Pananá se deu em virtude dos inúmeros operários mortos, em razão do clima do local, que favoreceu a proliferação de doenças tropicais, como a febre amarela e malária. Além disso os franceses não tiveram êxito no projeto de construir uma via em único nível, resultando em significativos desabamentos nas encostas da construção, devido ao impacto das ondas do mar.
 
Mas a experiência anterior não garantiu o sucesso: os franceses abandonaram o Panamá (que na época não era um país independente, e sim um território colombiano) depois de encarar deslizamentos, um terremoto e doenças tropicais, como a malária e a febre amarela. Cerca de 22 mil operários morreram.Em 1903, os EUA assumiram a obra e controlaram o canal até 1999, quando a administração foi transferida para o Panamá, que hoje lucra até US$ 1,7 bilhão por ano com ele – quase 3% do PIB do país.
Fonte: https://super.abril.com.br/tecnologia/infografico-como-funciona-o-canal-do-panama/ 

Os Estados Unidos e o Canal do Panamá

O interesse estadunidense na construção da via fez com que o país comprassem as ações da falida empresa francesa, por cerca de 40 milhões de dólares. O canal representava um novo caminho, que encurtaria as distâncias entre os oceanos que banhavam os EUA e diminuiria significativamente a quilometragem para a costa leste da América do Sul. Antes da construção da via, o trajeto entre o Pacífico e o Atlântico que cercavam as extremidades do país era de 20 mil km e durava aproximadamente dez dias.Para conseguir a concessão da obra, os Estados Unidos apoiou o Panamá em seu processo de independência. Concedeu então, tropas marítimas para os panamenhos a fim de evitar qualquer tentativa de golpe por parte da Colômbia. Com a separação conquistada – sustentada pelo grande poderio militar americano – o governo panamenho autorizou a construção do canal em seu território, obra que envolveu mais de 75 mil trabalhadores. A obra durou 10 anos, e apesar de estar em seu território, o Canal do Panamá era gerido pelos EUA, pois era a compensação panamenha pelo apoio estadunidense no processo separatista do país.
No entanto, os panamenhos contestavam a ausência de retornos econômicos para o país. Como culminância das reivindicações, em 1977 é assinado o Tratado Carter-Torrijos, que reconhecia a soberania e a gestão do Panamá sobre o Canal, E em 1999, após 22 anos do período transitório de administração da via, a gestão passa a ser exclusivamente panamenha. 
 
 

Funcionamento

1) Rio Chagres Para encher o lago artificial Gatún – o processo levou seis anos –, foi feita uma represa no Rio Chagres, que já existia. Essa barragem tem uma usina hidrelétrica, que abastece a estrutura do canal e as comunidades próximas. Hoje, além de escoar água para as eclusas, o Gatún fornece água potável a quase todo o país.
 
2) Taxas de travessia Variam entre US$ 2,6 mil e  US$ 800 mil.  O preço depende do tipo de embarcação, da carga e até do nível de água do lago. É como comprar passagem aérea: quem reserva com antecedência ganha um desconto. O valor mais baixo foi de US$ 0,36, em 1928, para o escritor Richard Halliburton – ele atravessou nadando.
 
3) As eclusas
 
Tanto o acesso do Pacífico quanto do Atlântico têm eclusas: a original (à esquerda da ilustração, dividida em três níveis) e a nova, inaugurada em 2016 para navios maiores. A eclusa antiga drena água do lago para erguer os navios. Depois ela é escoada no oceano: despejam 7,5 bilhões de litros por dia.    
 
4) Manobristas
 
No início da travessia, um funcionário da Autoridade do Canal do Panamá (ACP) embarca e assume o controle do navio. Dentro da eclusa, navios grandes são puxados por locomotivas que correm em trilhos nas margens. As embarcações que chegam sem marcar hora precisam esperar na fila, que pode levar dias. 

 

TRATAMENTO DE CANAL

Entre 2007 e 2016, o Panamá investiu US$ 5 bilhões em um sistema de eclusas mais moderno, que comporta navios com o triplo da capacidade anterior. Veja como ele funciona.

 

 Fonte: https://super.abril.com.br/tecnologia/infografico-como-funciona-o-canal-do-panama/

 

Com o tempo e o aumento no tamanho dos navios houve a necessidade de ampliação do canal, com isso, foram construídas eclusas paralelas com dimensões muito maiores, inauguradas em em 2016 para receber navios ainda maiores com capacidade para 14.000 containers.

Hoje passam pelo canal uma média de 38 navios por dia que pagam em média 400 mil dólares cada um de pedágio para passar, uma fonte inesgotável de renda a um país pequeno, por isso vem se desenvolvendo tanto.

Entrada do Canal do Panamá e Ponte de Las Américas ao fundo

 

Fatos curiosos sobre o Canal do Panamá

1 – O Canal do Panamá foi comandado integralmente pelos Estados Unidos até 1977 e em conjunto até 1999.
2 – Os navios levam cerca de 8 horas para atravessar os 80 km do canal.
3 – Estima-se que 20 mil operários morreram durante a fase francesa da construção do canal, além de 5,6 mil durante a fase norte-americana ao enfrentarem doenças como a malária e a febre amarela.
4 – No auge de sua construção, havia mais de 43 mil pessoas trabalhando no canal.
5 – Transitam entre 12 e 15 mil navios por ano no canal.
6 – Os navios pagam um pedágio para passar o canal, calculado pelo peso da carga transportada. Para os maiores navios o preço passa de US$ 1 milhão (quase R$ 4 milhões)
7 – Richard Halliburton atravessou o canal a nado em 1928 e pagou uma taxa de US$ 0,36.
8 – Em 4 de setembro de 2010 foram completadas 1 milhão de travessias no canal pelo navio graneleiro Fortunr Plum.

 

Fonte: https://www.viagensecaminhos.com/2018/06/canal-do-panama.html