Conheça o Mago de Riga, um dos jogadores de xadrez mais criativos de todos os tempos.
Conhecido como "O Mago de Riga", Tal é considerado um dos mais brilhantes jogadores táticos da história do xadrez, fazendo uso de um jogo extremamente criativo e cheio de recursos. Tal não hesitava em sacrificar material para conquistar a iniciativa. As combinações intuitivas a que recorria criavam grandes complicações, parecendo impossíveis de resolver. Apesar de por vezes não serem corretas, eram extremamente difíceis de refutar durante a partida, e a maioria de seus adversários não eram capazes de encontrar uma solução, obtendo assim um alto índice de vitórias espetaculares. Ainda que a análise posterior demonstrasse imperfeições em seus ataques, cativou uma legião de admiradores pelo seu estilo combativo.
Fonte: https://www.e4e5.com.br/opening/halltal.php
Estilo de jogo
Um grande amante do xadrez, Tal considerava o jogo “antes de tudo, uma arte”. Ele era um excelente jogador de “blitz”, partidas relâmpago de 5 minutos para cada jogador, competindo com jogadores desconhecidos no meio e sabidamente mais fracos, apenas pelo prazer de jogar.
Desenvolvendo um estilo de jogo extremamente poderoso e imaginativo, com uma abordagem psicológica, Tal priorizava o resultado concreto em detrimento da perfeição técnica. Misha era o arquétipo de um jogador de ataque, ficando conhecido como Mago de Riga.
Muitas vezes, Tal sacrificava material para conquistar a iniciativa — capacidade de fazer ameaças, forçando o oponente a responder — e, embora muitas de suas manobras fossem consideradas incorretas quando analisadas por especialistas, eram extremamente difíceis de serem refutadas. Essas estratégias o levaram a conquistar vitórias incríveis, mas que muitas vezes foram criticadas e consideradas “truques”.
Apesar de todas essas críticas a seu estilo de jogo, Tal derrotou, de maneira convincente, absolutamente todos os Grandes Mestres de sua época, sempre recorrendo à agressividade, criando grandes complicações e barreiras, à primeira vista impossíveis de resolver.
Tal também deixou alguns dos melhores livros de xadrez já escritos, um sobre seu match com Botvinnik e outro sobre sua vida (Tal: My Life and Games). Além de campeão mundial, Tal havia sido professor de literatura: basta ler algumas poucas páginas dos seus livros para descobrir que sua genialidade não era restrita ao tabuleiro de xadrez.
Fonte: https://rafaelleitao.com/jogador-de-xadrez-mikhail-tal/
Para Tal, tudo era em excesso: talento em excesso, bebida em excesso, cigarro em excesso e…ataques em excesso também.
Já foi dito que seu estilo era simples: Tal centralizava as peças, criava algum ataque e sacrificava. Se era certo ou não – ele não estava preocupado com isso.
O importante era colocar problemas para o adversário e levar a uma posição interessante. Sua confiança no cálculo era tremenda: ele sabia que poucos poderiam enfrentá-lo nesse mundo irracional.
Imaginação, coragem, agressividade. Tudo isso pode ser visto nos melhores exemplos desse gênio. Ou poderíamos resumir, simplesmente: mágica.
Fonte: https://rafaelleitao.com/5-enxadristas-sanguinarios/
Tal é considerado por muitos o mais brilhante jogador de ataque da história do xadrez, fazendo uso de um jogo extremamente criativo e cheio de recursos táticos. O seu primeiro e mais influente treinador foi Alexander Koblenz e sua forma de jogar foi comparada com a do ex-campeão mundial Emanuel Lasker, uma abordagem pragmática e psicológica, como ele elucidava "Você precisa levar o oponente até uma floresta escura e profunda na qual 2+2 = 5 é o único caminho que leva à saída e só tem espaço para um".
Tal não hesitava em sacrificar material para conquistar a iniciativa (que em xadrez se define como a capacidade de fazer ameaças a que o oponente deve responder), por vezes fazendo lances que, embora não compreendidos, eram extremamente difíceis de refutar durante a partida. Com isso, obtinha um alto índice de vitórias espetaculares, com saldo positivo contra o lendário Bobby Fischer por exemplo, ainda que críticos apontassem posteriormente imperfeições em seus ataques, posteriormente descoberto que de forma errônea.[7]
O estilo de jogo de Mikhail Tal foi criticado pelo também ex-campeão mundial Vasily Smyslov, que o reduziu a um conjunto de "truques". Contudo, ele bateu convincentemente todos os GMs de sua época recorrendo a sua habitual agressividade (Viktor Korchnoi, vice-campeão mundial de 1974 a 1981, é um dos poucos com um resultado pessoal positivo contra Tal). Os sacrifícios intuitivos a que Tal recorria, criavam grandes complicações, parecendo impossíveis de resolver a muitos mestres. Embora, até pouco tempo, análises pós-jogo profundas encontrassem falhas nos seus raciocínios, mais recentemente e somente com o uso de Engines como Stockfish, acrescida de rede neural, pôde se entender muito mais profundamente e verificar a precisão dos sacrifícios de Tal, a mesma posição posta em Engine Stockfish sem rede neural, era dada como imprecisão ou até mesmo erro, pois não tinham poder computacional suficiente para calcular a posição e lances a frente, porém com o auxilio moderno da rede neural, pôde ser compreendido sua genialidade, resultando em larga vantagem para Tal na Engine mais poderosa com redes neurais, neste mesmo exemplo de posição. Com isso, ele cativou uma legião de admiradores pelo seu estilo combativo. E mesmo entre os mestres havia muitos fãs de seu jogo, como o russo Salo Flohr, um dos mais fortes enxadristas dos anos 1930.[8]
Acima de tudo, Tal amava o jogo em si mesmo e considerava que o "Xadrez, antes de mais nada, é arte". Era capaz de jogar numerosos jogos relâmpago (partidas com controle de tempo que vão de 1 até 10 minutos)[9] contra desconhecidos ou jogadores relativamente fracos apenas pelo prazer de jogar.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mikhail_Tal
Carreira
A carreira de Tal foi meteórica. Menino prodígio, filho de médico. Aos 3 anos lia perfeitamente, aos 5 fazia multiplicações de cabeça com até 3 digitos. Aos 7 aprendeu Xadrez com o Pai e começou a frequentar o Palácio dos Pioneiros já aos 9 anos. Jogou seu primeiro campeonato da Letônia aos 14 e aos 17 já tinha o título de Mestre. Ingressou na Universidade aos 15.
Fonte: https://www.e4e5.com.br/opening/halltal.php
Tal vs. Botvinnik em 1960.
Este match jogado em Moscou na primavera de 1960 estará para sempre gravado em minha memória. Centenas de fãs do xadrez que se atrasaram para comprar suas entradas ficaram do lado de fora do Teatro Pushin assistindo a grande demonstração destas partidas. Nunca esquecerei este sexto jogo no qual Tal depois de começar os jogos sacrificou um cavalo. Isto foi um desafio para Botvinnik. Como se nada estivesse acontecendo, Tal estava calmo no estagio do jogo com seu famoso oponente, o qual venceu lendas como Lasker, Capablanca e Alekhine, confrontou com sacrifício e tomou audaciosas decisões. Tudo em vão! Botvinnik tinha ainda alguns minutos em seu cronômetro quando Stahlberg e Golombek, os árbitros do match, transferiram o jogo. Os espectadores estavam tão vidrados que a atmosfera do salão de jogos estava mais tenso que uma partida de futebol americano! Tal venceu este jogo, e ao contrário da resistência de Botvinnik, venceu todo o match.
Todo aquele tempo Botvinnik, e praticamente todos os grandes mestres, não podiam entender os segredos do triunfo de Tal. Era muito fácil para ele jogar contra Smyslov com quem trocou vitórias em 1957 e 1958. Este era o xadrez que ele conhecia, o xadrez que obedecia as lei já prontas. O jogo de Tal, no entanto, nos lembra a música de Mozart.
Tal improvisava nos , seus sacrifícios irracionais em par com sua aparência, e seu olhar (demoníaco, ou se preferir, como o de Paganini) fazem seus oponentes vacilarem. Muitas pessoas afirmavam que Tal possuía poderes hipnóticos.
Personalidade
Tal foi (oh, como odeio falar no passado!) um valentão para seus oponentes no mundo do xadrez. Todos os dias foi encantador e agradável como ninguém mais! Tinha uma charme especial, um especial senso de humor. Me lembro de suas freqüentes aparições antes do publico amante do xadrez em Moscou tão logo ter recebido a Coroa Mundial em Moscou em 1960. Por muitos anos Tal foi a Moscou nos verões para jogar campeonatos abertos de blitz no parque Sokolnili. Não posso descrever o pandemônio neste velho parque de Moscou em volta da mesa de xadrez de Tal. Os jovens fãs subiam nas árvores para ver de cima os jogos de Tal! “O mago de Riga”, era como Tal era chamado pelos jornalistas, era adorado em todo lugar. Por exemplo, Svetozar Gligoric disse que quando jogava um match de candidatos com Tal em Belgrado em 1968, muitos de seus compatriotas se revolviam por Tal!
Parecia que todos os sorrisos da senhora Sorte eram para Tal. Mas a saúde de Tal é que falhou. Ele não podia se gabar de uma boa saúde apesar de seus poucos anos. Sua derrota na revanche contra Botvinnik em 1961, embora a preparação de Tal não fosse adequada, o que pode ser explicado por uma séria desordem nos rins. É interessante notar aqui que Tal era Campeão Mundial, e apesar de tudo concordou em jogar em Moscou, a terra de Botvinnik. Tal não insistiu em adiar a partida por conta de sua saúde. Isto é diferente com os campeões de hoje em dia que tem que estar bem para caçar o prêmio mais lucrativo!
Fonte: https://www.cxc.org.br/home/mikhail-tal-o-mago-de-riga/
sua ex-esposa Salli Landa afirmou:
"Ele não conseguia viver longe da família. Misha era muito mal preparado para a vida (...) Uma vez nós fomos a Paris e eu abri a mala dele, lá só encontrei livros de xadrez, garrafas vazias e cuecas sujas. Que tipo de mala é essa? Ele mal sabia ligar o gás para cozinhar. Se eu tivesse dor de cabeça, e não houvesse mais ninguém em casa, ele entrava em pânico: 'Como eu faço uma compressa de água morna?'. (...) Claro, se ele fizesse um esforço, ele era capaz de aprender a fazer essas coisas, mas isso era enfadonho para ele. (...) Muitas pessoas disseram que se Tal tivesse cuidado da saúde, se não tivesse levado uma vida tão largada... (...) Mas para pessoas como o Tal essas ideias não fazem sentido..."[5]
Saúde
Com uma saúde frágil desde seu nascimento, Tal teve que se submeter à retirada de um de seus rins em 1969, tornando-se um doente renal crônico. Isso atrapalhou sobremaneira sua carreira como enxadrista. Suas grandes permanências em hospitais, devido a seus problemas de saúde, também o deixaram viciado em morfina, utilizada inicialmente para aliviar suas intensas dores. Apesar de todos os problemas, Tal estava sempre de bom humor, inspirando o afeto de todos os seus colegas enxadristas.
Tal também tinha uma deformidade congênita na mão direita, chamada ectrodactilia, caracterizada pela ausência de um ou mais dedos centrais. Essa deformidade, aparente em apenas algumas poucos fotos do enxadrista, não impediu que Misha também fosse um exímio pianista.
Além disso, possuidor de uma personalidade artística, impulsiva e excêntrica, Tal sempre gostou do estilo de vida boêmio, tanto na hora de jogar xadrez quanto na hora de beber e fumar em quantidades exorbitantes. Levando a vida dessa maneira, desregrada e cheia de excessos, sua saúde, já frágil, deteriorou muito mais rapidamente, além de lhe ter trazido problemas e situações embaraçosas junto às autoridades soviéticas.
Mikhail Tal morreu em 28 de junho de 1992, de uma hemorragia de esôfago e falência múltipla dos órgãos.
Apesar de sua carreira de ascensão meteórica e seu estilo de jogo irreverente, o Mago de Riga tem até hoje uma aura que inspira admiração por suas incríveis habilidades no xadrez e sua figura excêntrica. Ele foi muito mais que um enxadrista – foi um dos maiores gênios do século XX.
Fonte: https://rafaelleitao.com/jogador-de-xadrez-mikhail-tal/
Infelizmente, a saúde ruim que se arrastou durante muito tempo, devido principalmente ao seu estilo de vida cheio de álcool e tabagismo, lhe custou a vida em Moscou em 1992, com apenas 55 anos. Mas não sem antes deixar uma marca indelével no xadrez, não só com o seu sucesso no tabuleiro, como também graças a sua personalidade e seus escritos. Sua autobiografia de 1975, The Life and Games of Mikhail Tal, é considerada um clássico. (Todas as citações de Tal abaixo são da edição de 1997 da editora “Everyman Chess” do livro The Life and Games of Mikhail Tal.)
Fonte: https://www.chess.com/pt-BR/players/mikhail-tal
Legado
Sempre me perguntei porque Tal não emigrou, como muitos soviéticos, para Israel ou EUA? Ele teria jogado xadrez muito mais e provavelmente, teria cuidado mais de sua saúde. Sua mulher Gelya, que o conhecia melhor que todos seus amigos, me disse uma vez: “Não, Misha nunca deixaria Riga – todos seus amigos e toda sua vida estão lá. Além disso, ele tinha esperanças de que um dia Latvia se tornasse livre. Então, estaríamos fora, e não em URSS!”
Gênios são pessoas especiais. Eles sempre estão a frente de seu tempo. Tal, eu penso, estava a frente do xadrez – os melhores jogadores hoje estão em dívida com Tal. A herança de Tal para o xadrez é parte da cultura humana. E seu legado permanece inexplorado aguardando por uma profunda e sistemática pesquisa
Fonte: https://www.cxc.org.br/home/mikhail-tal-o-mago-de-riga/
Ele foi campeão mundial por “apenas” um ano, mas foi um grande jogador durante muito mais tempo. Um jogador maravilhoso com uma personalidade marcante, Tal nunca será esquecido.
Fonte: https://www.chess.com/pt-BR/players/mikhail-tal
O estilo e as partidas brilhantes de Tal foram tão marcantes que até hoje qualquer ataque espetacular com sacrifício é sempre referido como "no estilo de Tal". Sempre que um novo mestre de ataque surge, é também comparado com o letão e chamado de "novo Tal".