Razões para trocar o carro pela moto

Mais economia, menos conforto: vale a pena trocar o carro por uma moto?

Cada vez mais motoristas escolhem o caminho das duas rodas para fugir do trânsito. Veja quando vale a pena ter uma moto na garagem

Quem já não pensou em trocar às vezes o volante pelo guidão? Christian Castanho/Quatro Rodas

O jornalista e publicitário Marcelo Senna perdia um bom tempo no trânsito todos os dias com seu carro. Conselho de um colega de trabalho: a moto resolveria seu problema.

Senna, que dirigia só automóveis há 26 anos, entrou na moto-escola, acrescentou a categoria A em sua habilitação e hoje circula pelo Rio de Janeiro em um scooter, que só fica na garagem nos dias de chuva.

“Hoje saio de casa depois, chego antes, estaciono com mais facilidade, gasto menos combustível, poluo menos e consigo ter um dia mais produtivo e ágil”, diz ele, que após a compra da sua Yamaha NMax 160 baixou o tempo no trânsito de 60 minutos para apenas 20.

Assim como Senna, muitos motoristas aderiram também às duas rodas no dia a dia, motivados principalmente pela grande perda de tempo que os engarrafamentos implicam na vida das pessoas, pelas dificuldades e/ou custos para estacionar um carro e também pelos preços dos combustíveis, que sobem continuamente.

Uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrou que o cidadão brasileiro gasta, em média, 2 horas e 28 minutos de seu dia em deslocamento no trânsito.

Em um ano, esse tempo equivale a 37 dias e meio passados dentro de um carro, de um ônibus, no metrô etc.

Mas esse processo de troca do carro pela moto não é exatamente fácil.

A decisão deve levar em conta vários critérios, e não só o ganho de agilidade na rotina diária ou a aceitação dos riscos: desde eventualmente se molhar em uma chuva inesperada aos causados por tombos e colisões.
Honda PCX Honda/Divulgação

O primeiro passo é entender que é uma mudança relativamente radical.

Saem de cena o ar-condicionado e o espaço para levar muitas coisas e surgem limitações como a vulnerabilidade ao clima e a necessidade de ser minimalista com os objetos pessoais.

Ligado a esse aspecto está outro igualmente relevante: você tem família? Eis aqui um alerta importante: quem tem cônjuge e filhos precisará mais de quatro rodas do que de duas rodas.

Então, a troca de um pelo outro só valerá a pena se for apenas para seu próprio uso diário, mas dividindo as outras tarefas com o automóvel.

Superada essa fase, é hora de calcular – literalmente – se vai valer a pena trocar o carro pela moto ou scooter no seu dia a dia. Existem custos iniciais que serão únicos.

A obtenção da carteira fica entre R$ 800 e R$ 1.000 e um capacete minimamente decente custará pelo menos R$ 300.

Se o candidato a piloto pertencer à minoria que faz questão de andar completa e corretamente equipado chova ou faça sol, acrescente à conta uma jaqueta de cordura (náilon de alta resistência) de R$ 700 e um bom par de botas, coisa de R$ 300.

Até aí você gastou pouco mais de R$ 2.000. Mas, se tudo der certo, só trocará esses itens daí a muito tempo.

A vantagem financeira virá depois, com o uso: em qualquer distância que se rode diariamente, o custo sempre será menor com moto ou scooter. Vamos pegar como exemplo alguém que rode um total de 70 km diariamente.

Junte isso a uma motocicleta ou scooter de baixa capacidade cúbica (motores de 125 cm³ a 160 cm³), cujo consumo médio seja de 35 km/l (a maioria desses modelos faz um pouco mais, entre 38 km/l e 42 km/l) e a gasolina com preço arredondado para cima, a R$ 5.

Não faremos as contas com etanol porque, embora já existam muitas motos e scooters com motores flex, nem todas o são, ainda.

A conta rápida aponta para um gasto diário de 2 litros de combustível, ou R$ 10. Levando-se em conta apenas os dias úteis, são R$ 50 por semana e R$ 200 por mês.

Nos automóveis mais econômicos, como o VW Up! TSI 1.0 turbo, tem sido possível fazer até uns 14 km/l. Então, temos um gasto diário de 5 litros de combustível. São R$ 25 por dia, R$ 125 por semana e R$ 500 por mês. Uma bela diferença!
Mais trocas de óleo

Além de pesar bem menos no bolso no uso diário, motos e scooters também têm custos de manutenção mais baixos.
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Modelos com motor de 125 cm³, por exemplo, costumam usar só 1 litro de óleo – item que custa em torno de R$ 15, o produto de boa qualidade.

O filtro de óleo do mercado paralelo, mas igualmente confiável, também custa no máximo isso, assim como pastilhas para o freio dianteiro a disco (paralelas para modelos básicos).
Dafra Maxsym 400i Dafra/Divulgação

Como os motores de 125 cm³ a 160 cm³ destas motos são bicilíndricos e na maioria das vezes refrigerados a ar, são exigidos severamente na maior parte do tempo.

Por isso, recomenda–se a troca de óleo e filtro a cada 2.000 km, no máximo. Portanto, quem roda os tais 70 km por dia fará as trocas a cada 28 dias, em média. Ou seja, em torno de quatro semanas.

Temos, então, um custo fixo de R$ 245 mensais para quem roda com a moto. Já o usuário do automóvel gastará R$ 625 com combustível no mesmo período de cinco semanas.

E ainda que as trocas de óleo e filtro do carro sejam feitas em intervalos maiores, não equilibrarão os custos – carros usam mais óleo e seus filtros são mais caros.
Pneu baratinho

Para além desses custos fixos, temos os sazonais – das peças que trocamos nos veículos apenas quando seu desgaste exige, o que depende da forma como conduzimos o veículo, entre outras variáveis.

É o caso de pneus, lonas de freio a tambor e conjuntos de corrente/coroa/pinhão, nas motos, e de fluidos de radiador, nos carros, por exemplo. Também aí não há comparação: os preços das peças e componentes que ambos têm em comum são bem diferentes.

Um pneu barato para o VW Up! não sai por menos de R$ 200. Um bom pneu para uma Honda CG 160 Titan, por exemplo, pode ser encontrado por R$ 120. E pneus nem são o melhor exemplo, pois os dos carros duram bem mais.

Se botarmos na conta, ainda, o custo de revisões em oficinas de confiança, as motos pesarão menos ainda: basta pensar que, em uma 125, você troca óleo, filtro de óleo e pastilha de freio gastando apenas R$ 45.

Se a mão de obra, que vai incluir aquele reaperto de parafusos e checagem de cabos, for do mesmo valor – uma possibilidade remota –, você gastou R$ 90. Só a troca de óleo e filtro de um VW Up! sai quase o dobro disso.
Marcelo Senna baixou seu tempo no trânsito em quase 70% Roberto Dutra/Quatro Rodas

Se pelo lado financeiro trocar o carro pela moto é compensador, deve-se lembrar de um aspecto importante: a segurança.

Motos são veículos práticos, ágeis e até seguros quando conduzidos com responsabilidade e práticas defensivas, mas também são mais vulneráveis a todo tipo de agente externo – e, por tabela, você, o piloto.

Se chover, você se molha. A solução é botar aquela capa de chuva desconfortável e quente. Se estiver aquele sol a pino, você torra. Se encostarem na moto quando em movimento, é provável que você caia.

Se o buraco à frente for muito fundo, também. Se tiver óleo ou chorume na pista, coisas comuns, idem.

Sustos com motoristas que não te veem e te fecham acontecem todos os dias. Eis a pergunta que não quer calar: você está disposto a encarar isso tudo?
Kymco People GTI 300 Kymco/Divulgação

Se a resposta é sim, então vai um consolo: com o tempo e a experiência, você se torna uma espécie de “profeta do trânsito”. Passa a antever vários problemas e a perceber muitos dos riscos antes que aconteçam.

Aliás, constatar que você passou a ter essa percepção é um dos diversos aspectos divertidos de pilotar uma moto. De maneira geral, os motociclistas são como o vinho: se tornam melhores com o tempo.

Por fim, há mais um fator decisivo ao optar pela moto: o prazer. Pergunte a qualquer motoboy que roda centenas de quilômetros por dia por que faz aquilo: além da necessidade, ele provavelmente responderá que é porque gosta.

É incontestável que motos proporcionam grande prazer aos usuários. E isso engloba motivos racionais – agilidade na rotina e redução de custos – e emocionais: o domínio da máquina, o equilíbrio das forças físicas que se atinge na pilotagem, o vento no rosto.

Mais que um veículo de locomoção, a moto é uma fonte de diversão e, como vemos hoje pela existência de milhares de motoclubes no país, uma máquina de fazer amigos.

Afinal, é comum ver casais e amigos saindo para dar uma volta de moto no fim de semana, não?

Fonte: https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/mais-economia-menos-conforto-vale-a-pena-trocar-o-carro-por-uma-moto/

 

5 razões para você trocar o carro pela moto

 

A troca do carro pela moto! Este é um plano que ronda sua cabeça a tempos, e ora você se convence de que a melhor coisa é largar o volante pelo guidão mas, logo depois, quando você fala “quero trocar meu carro por uma moto!”, alguém faz você desistir da ideia. Abaixo, cinco bons motivos para você “mudar de lado” neste embate carro vs. moto, reduzir pela metade os números de rodas em seu veículo do dia-a-dia, fazer uma grande economia de tempo e dinheiro – a moto é mais econômica! – e melhorar (muito!) a sua qualidade de vida.

1) TEMPO – Qualquer percurso urbano feito em uma grande cidade ao guidão de uma motocicleta resultará em menor tempo de viagem se comparado ao mesmo percurso feito de carro. Para tal não é preciso abusar da velocidade e nem descumprir as leis de trânsito. Uma motocicleta ocupa menos espaço da via pública, 20% se tanto da comparado a área necessária para um automóvel. Em um cruzamento, quando o semáforo (farol, sinaleira...) fecha, de moto você invariavelmente alcança a “pole-position”, sai antes do resto da manada. Bom para você, bom para sua segurança. E quando o trânsito trava você pode, cuidadosamente, avançar rumo a seu destino. Sem estresse nem risco!

2) DINHEIRO – Motocicleta, qualquer que seja, consome menos do que um automóvel mas, atenção, compare certo: moto grande deve ser comparada com carro grande, moto pequena com carro pequeno. Acredite se quiser: uma moto de grande porte como a Honda NC 750X consegue, facilmente, médias de consumo urbano ao redor dos 25-30 km/l. Já as pequenas, como a Honda Pop 110i, Biz 125 ou a best-seller CG 160, percorrem até 40-50 km/l, marcas que também estão ao alcance da scooter Elite 125. Nenhum carro, por menor que seja, consegue fazer mais do que 11-12 km/l de gasolina rodando nas horas de pico de uma grande cidade. Ou seja, a moto vai, certamente, fazer você gastar de 20 a 25% menos em seus deslocamentos. E fora isso tem o custo de aquisição, a moto sempre será mais barata!

3) MANUTENÇÃO – Outro item onde a motocicleta ganha de lavada de qualquer carro. Tomemos a mais popular motocicleta do Brasil, a CG 160. Vai trocar vela? Troca uma em vez de quatro. Vai trocar óleo? Usa um litro em vez de cinco. Troca de pneus? A despesa será menos da metade se comparada ao valor exigido para um carro mais popular... E na hora de uma manutenção mais aprofundada, o custo da revisão realizado em uma concessionária Honda será SEMPRE inferior na comparação com o custo de uma revisão de um automóvel.

4) SUSTENTABILIDADE – É até covardia comparar o quanto a motocicleta ou scooter é mais amiga do meio ambiente do que qualquer monstrengo de quatro rodas. Mais do que raciocinar em cima das cifras divulgadas em testes de laboratório, o importante é o contexto real, a vida como ela é. Deste modo, pense no seu percurso casa-trabalho-casa, no qual de carro você gasta, hipoteticamente, 60 minutos no total. Com a moto este tempo se reduzirá à metade, ou pouco mais que isso. Pense bem: por menor e mais econômico que o motor de seu carro seja, serão 1000 cc e vários cilindros “bebendo” combustível durante uma hora contra um motorzinho de 110 ou 160cc, com um único cilindro, bebendo durante metade deste tempo. Fora isso tem o resto, os quatro pneus se esfregando no asfalto contra apenas dois, o menor desgaste da via pública que uma moto de 130 kg provoca se comparada a um carro de uma tonelada... E falando nisso, chegamos a um ponto que quase ninguém considera: já imaginaram o quanto de energia e matéria prima é necessária para fabricar um carro? Cinco, seis...... até dez vezes mais do que a empregada para fazer uma moto. E como sabemos, energia demanda em grande parte de consumo de combustíveis fósseis...

5) QUALIDADE DE VIDA – Sabe aquele tempo que você economizou no trajeto casa-trabalho-casa escolhendo fazer o percurso de moto e não de carro? Ele vai se transformar em “qualidade de vida”, a ser usado como você bem entender. Encontrar os amigos no happy hour chegando mais cedo e desestressado vai ser ótimo, assim como poder chegar na faculdade mais cedo, podendo jantar antes, ou mesmo aproveitar mais a sua casa, para poder se escarrapachar no sofá, jogar videogame e namorar um pouco. Outra: que tal incluir na rotina os exercícios físicos que você nunca conseguia encaixar na tua agenda, pois o tempo era perdido dentro daquele cubículo de lata chamado automóvel. Então, tá esperando o quê para trocar o carro pela moto e ser mais feliz, saudável e com mais tempo de vida feliz? 

 

Fonte: https://www.honda.com.br/motos/blog/5-razoes-para-voce-trocar-o-carro-pela-moto