A Internet offline de Cuba

El Paquete Semanal Archives - Pressenza

Cuba é uma ilha em muitos aspectos isolada do resto do mundo. Por uma razão, o uso público geral da Internet é restrito e a maioria das pessoas não tem acesso a uma conexão. The Paquete é uma alternativa à web em um país onde, segundo algumas estimativas, menos de 5% dos lares estão conectados.

 

Introdução

Nos três anos seguintes à Revolução Cubana, o sistema de mídia em Cuba passou por uma profunda mudança – de sistema de mídia comercial para um sistema socialista de mídia controlado pelo Estado. Nesse sistema, o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC) e o Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT) monopolizaram a distribuicão de material cultural produzido para defender os ideais revolucionários.

A chegada de novas tecnologias nas duas últimas décadas, em grande parte sem regulação pelo Estado, está abrindo lentamente formatos alternativos ao sistema estatal.

Fonte: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/27743

Num país onde a imprensa ainda é controlada com mão de ferro pelo governo, o acesso à rede mundial de computadores ainda é precário e está longe de satisfazer nossos desejos de conectividade. Na prática, a internet em Cuba é restrita a poucos pontos onde você pode se conectar. E já adianto: será preciso pagar por isso.

É que, em Cuba, não existe internet de graça, como encontramos em hotéis, restaurantes, cafés e até praças públicas ao redor do mundo. Então, mesmo que exista a rede wi-fi, você precisará pagar pelo cartão que dá acesso à internet.

Fonte: https://www.penaestrada.blog.br/como-funciona-internet-em-cuba/

Sobre os números

O fato da velocidade de conexão em Cuba ser muito lenta torna bem mais difícil o compartilhamento de arquivos online e na “nuvem”, um dos motivos pelos quais nosso amigo programador usou constantemente nossa (meia boca) internet, à época de 15 MB de velocidade de transmissão de dados, para baixar os mais diversos arquivos enquanto esteve em casa.

Soube depois, conversando com ele, que carregar arquivos digitais em pastas (em pendrives, HDs, etc) para compartilhar é um hábito comum em Cuba, onde a rede é acessado por uma minoria do país: algumas estimativas internacionais falam em 5% de pessoas com acesso na ilha em casa, enquanto que a “Oficina Nacional de Estadística de Cuba” disse que, em 2014, eram 27% de pessoas com acesso. Mesmo para estes 5%, o acesso ainda é lento e caro: na maioria das casas, a velocidade é 56 kbits, como nos velhos modens dos anos 1990, e há restrições de horas (a de meu amigo cubano, por exemplo, é de 30h por mês). Há zonas de wifi públicas presentes em algumas das principais cidades cubanas e cybercafés públicos, mas ambos são caros: dados de 2016 dizem que a primeira saía em torno de US$2 dólares por hora e o segundo entre US$6 e 10 por hora – sendo que o salário médio no país gira em torno de U$$20 mensais.

As torres de dados para telefonia móvel estão sendo implantadas e, por enquanto, o acesso ocorre apenas para algumas pessoas do governo ou de (poucas) instituições privadas, segundo me contou o programador da ilha. Mas a tendência é que isso mude nos próximos anos.

Fonte: https://outraspalavras.net/tecnologiaemdisputa/internet-o-curiosissimo-pacote-cubano/

 Em dezembro passado (2019), a tecnologia 3G chegou aos celulares, o que permitiu o surgimento nas redes sociais de uma comunidade muito ativa que expõe suas críticas ao governo, sobretudo ante as dificuldades cotidianas.
(...)
Este sinal poderá ser, em seguida, distribuído em suas residências através de roteadores, que também têm autorização de importação, e contar com internet wi-fi a domicílio. O Estado não oferece conexão física de forma maciça.

"O objetivo do país é propiciar um acesso cada vez mais inclusivo (...) do serviço de internet por toda a população", afirma o vice-ministro.

Contudo mantém-se a tarifa de US$ 1 por hora de navegação no país onde o salário médio é de US$ 50. O pacote de 3G mais barato custa US$ 7 por 600 MB

Fonte: https://exame.com/mundo/cuba-amplia-acesso-a-internet-como-ferramenta-de-defesa-da-revolucao/

Liberdade onde?

Propriedade privada de um computador ou telefone celular requeria uma permissão governamental difícil de obter até 2008.[10] Devido à largura de banda limitada, autoridades dão preferência para uso a partir de locais onde o acesso à Internet é coletivo, como nos locais de trabalho, escolas e centros de pesquisa, onde muitas pessoas têm acesso aos mesmos computadores ou rede.[11]

Segundo o Repórteres sem Fronteiras, havia um mercado negro composto de ex-funcionários do governo receberam autorização para ter acesso à Internet. Estes indivíduos vendiam ou alugavam os seus nomes de usuário e senhas para os cidadãos que querem ter acesso.[6][12]

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/InternetemCuba

 

El Paquete Semanal

El Paquete Semanal – Julia Weist

A Internet offline de Cuba é um grande exemplo, ela trabalha em "snapshots" semanais, quinzenais , mensal, onde um HD de 1 a 4TB contem um resumo dos principais itens novos na rede, tais como filmes, series, novelas, copias offline de sites de noticia, revistas, incluindo conteúdos "subversivos" e proibidos.
Tais discos seguem um padrão de organização, então alguém não precisa dele inteiro, só copia para discos menores o que acha interessante.

Vc paga para ter acesso a tempo de copia do disco, logo em seguida o "traficante de dados" pega o disco e leva ao próximo cliente, discos maiores existem como um "backbone" mas as rotas e envolvidos são tratadas de forma bem sigilosa ou secreta para não quebrar a cadeia de fornecedores.

Acesso a conteúdos de satelite como novelas, jornais extrangeiros são capturados com antenas escondidas dentro de caixas dágua.

Mesmo com o crescente acesso a internet na ilha, o volume de dados em um simples filme é caro demais, e pesado demais para as poucas conexões.

Edit: O nome dado a essa rede em cuba é "El Paquete Semanal"

~ Comentado por Torrente •
Fonte: https://tecnoblog.net/meiobit/455103/google-oficializa-o-protocolo-dpldpc/

Pesquisadores cubanos sugerem que a atratividade do Paquete é baseada na diversidade, na qualidade e na autenticidade do seu conteúdo em comparação com a televisão estatal. Sua rede de produção e distribuição é descentralizada, opera com status não regulamentado, ou “a-legal”, e tem objetivo comercial, possivelmente empregando milhares de pessoas.

Os autores argumentam que, dada a popularidade do Paquete, o produto tem implicações importantes para a preservação dos fundamentos ideológicos socialistas do governo cubano e do modus operandi dos meios de comunicação no país.

Fonte: https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/27743

El paquete semanal comes to New York

The Paquete has satiated the desires of young people in particular, who for years have been armed with home computers, laptops, tablets and smartphones in anticipation of the day when the Cuban government makes internet access more widely available.

"We exist on the internet but the Paquete Semanal has such a wide range of distributors and it's sold all across the country," she comments. "So, this is the best way for us to connect with our audience."

And, more important still, says Antoinette, are the new job opportunities the Paquete has created for journalists like her.

"The Paquete is opening up possibilities for people in the media like me as it gives us the opportunity to do things you couldn't even imagine doing before, when if you wanted to work in media the only option was the official media," Antoinette explains.

Despite its success and the loyalty of its many subscribers, the Paquete's days in its current form may be numbered now that the Cuban authorities have begun to loosen their tight controls over internet access.

There's certainly interest from major US internet firms like Google when it comes to helping Cuba address connectivity issues.

Regardless, the Paquete will always be remembered for having provided a solution to a critical problem in Cuba when none other existed.

Fonte: https://www.bbc.com/news/technology-33816655