Alquimia

Elixir da imortalidade

A alquimia é um conjunto de técnicas e procedimentos que precedeu a Química
e que foi muito importante para o desenvolvimento de diversas técnicas experimentais.
 
 
 

A alquimia é uma prática de caráter místico que floresceu durante a Idade Média reunindo ciência, arte e magia.

Um de seus principais objetivos foi obter o elixir da vida, a fim de garantir a imortalidade e cura das doenças do corpo. Outra importante busca foi a criação da pedra filosofal, com o poder de transformar metais comuns em ouro.

Praticada por diversos povos antigos (árabes, gregos, egípcios, persas, babilônios, mesopotâmicos, chineses, etc.), a alquimia está associada à conhecimentos da Medicina, Metalurgia, Astrologia, Física e Química. Muitas das civilizações que a praticavam, criaram códigos e símbolos secretos alquímicos.

Os alquimistas contribuíram para o desenvolvimento de diversas técnicas, embora não explicassem como os fenômenos ocorriam. Até hoje ela possui um papel importante, sendo considerada fundamental para o desenvolvimento das ciências, sobretudo da Química.

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Na Idade Média, os estudos alquímicos avançaram por meio da observação da natureza, experimentos, procedimentos químicos, utilização de materiais, instrumentos e aparelhos. Esses fatores foram fundamentais para o desenvolvimento das ciências naturais modernas.

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Ao contrário do que é divulgado, a Alquimia era praticada por vários membros da Igreja Católica. Inclusive, o papa João XXII havia estudado Alquimia antes de sua ordenação sacerdotal e, em 1317, lançou um decreto papal condenando os falsos alquimistas, aqueles que enganavam a população prometendo riqueza fácil.

Por isso, a fim de se resguardar, a linguagem dos alquimistas se tornou cada vez mais indecifrável. Para garantir que as informações fossem bem utilizadas, criaram-se símbolos e termos que estariam acessíveis somente aos iniciados. Dessa maneira, a prática da Alquimia torna-se cada vez mais secreta.

Com a implantação do Tribunal do Santo Ofício (mais conhecido como Inquisição) em certas regiões da Alemanha, Suíça, França e Espanha, a Alquimia passa a ser confundida com práticas consideradas obscuras pela Igreja Católica.

Assim, observamos a perseguição e a condenação a vários sábios que apenas estavam investigando elementos químicos. Nessa altura, os alquimistas foram excomungados, presos e queimados na fogueira.

Alquimia e a Pedra Filosofal
A Alquimia ocidental permaneceu sempre obcecada em criar um metal nobre a partir de metais comuns.

A Pedra Filosofal (chamada de “Grande Obra” ou “Medicina Universal”) foi o principal objetivo dos alquimistas, principalmente no período da Idade Média.

Pedra filosofal

Eles previam, a partir de experimentos com os quatro elementos da natureza (terra, ar, água e fogo) e diversos metais, a descoberta de uma substância mística capaz de transformar qualquer elemento em ouro.

Para os alquimistas, todos os metais evoluíam até atingirem o estado de perfeição: o ouro. De tal modo, se considerarmos a Pedra Filosofal um conceito metafórico, ela estaria associada à busca espiritual de lapidação da alma humana.

Alquimia e o Elixir da Imortalidade
A Alquimia chinesa concentrou seus esforços na cura e na salvação, desenvolvendo esses dois aspectos na busca pela imortalidade.

Baseado em princípios doutrinários, como o Taoismo, a ideia foi criar um elixir da imortalidade para alcançar a vida eterna e curar todos os males.

Pedra filosofal

Elixir da imortalidade

No ocidente, o desenvolvimento de um elixir também começou a ser buscado, aparentemente de forma independente, mas com o mesmo objetivo.

Principais Alquimistas
Os alquimistas são os cientistas que utilizaram os procedimentos de alquimia. São considerados grandes sábios, dos quais foram destaques na história:

Maria, a Judia (séc. II a.C): alquimista e filósofa grega
Nicolas Flamel (1340-1418): alquimista e escrivão francês
Caterina Sforza (1463-1509): alquimista italiana
Paracelso (1493-1541): alquimista, médico e astrólogo suíço alemão
Marie Meurdrac (1610-1680): alquimista e química francesa
Conde de St. Germain (1712-1784): alquimista, ourives e músico romeno
Alessandro Cagliostro (1743-1795): alquimista e maçom italiano
Fulcanelli (1839-1953): alquimista francês
Eugène Léon Canseliet (1899-1982): alquimista francês

Importância da Alquimia

Alguns pesquisadores acreditam que a Alquimia não visava tão somente a transformação de substâncias químicas em outras, ou seja, seu objetivo ia muito além do caráter “proto-ciência”.

Nesse sentido, a Alquimia foi importante para a transmutação dos valores e crescimento espiritual em harmonia com a natureza.

Na China, as investigações dos alquimistas levaram ao domínio de muitas técnicas de Metalurgia e a descoberta da pólvora. O progresso no oriente e no ocidente foi notório, tanto no conhecimento quanto na utilização de substâncias minerais e vegetais.

Sendo assim, percebemos que a busca dos alquimistas estava concentrada em desvendar os mistérios associados à alma humana e sua existência no mundo. Com isso, demonstrou ser um importante passo para o desenvolvimento intelectual e uma etapa para a evolução humana.

Da Alquimia à Química
A necessidade de entender a relação entre o ser humano, a natureza e os fenômenos fez com que a Alquimia se tornasse uma prática importante no desenvolvimento do conhecimento e técnicas que seriam posteriormente utilizados na Química moderna.

Para alguns, na língua árabe, o termo “Alquimia” (Al-Khemy) significa “química”.

Alquimistas
Alquimistas

Os alquimistas, com o intuito de encontrar a pedra filosofal e o elixir da vida, tiveram papel fundamental na criação de inúmeros aparelhos de laboratório, que foram gradualmente aperfeiçoados.

Nessa busca, foram desenvolvidos processos de produção de metais, sabões, e inúmeras substâncias químicas, como o ácido nítrico, ácido sulfúrico e hidróxido de potássio. Os alquimistas deixaram suas marcas com os experimentos realizados e as muitas descobertas abriram caminho para Química.

Entretanto, as ideias que sustentavam a Alquimia foram abandonadas por volta do século XVIII, época em que se considera o início da Química moderna.

 

Fonte: https://www.todamateria.com.br/alquimia/

 

Resumo sobre alquimia

  • A alquimia, cuja origem é incerta (talvez na China, Índia, Egito ou Grécia), é caracterizada pela utilização de um conjunto de técnicas experimentais, laboratoriais e de substâncias químicas para a manipulação da matéria.

  • Mesmo tendo sido proibida em alguns momentos da história, a alquimia foi amplamente difundida do Oriente ao Ocidente, especialmente na Europa, Ásia e Oriente Médio.

  • Os principais objetivos da alquimia seriam a aquisição do ouro pela transmutação de outros metais e a produção do elixir da longa vida.

  • A Pedra Filosofal era um objeto de interesse dos alquimistas, que serviria para acelerar e permitir as reações químicas necessárias.

  • Diversos cientistas famosos praticaram a alquimia, entre eles Isaac Newton e Robert Boyle.

  • A alquimia deixou um grande legado para a Química, com o desenvolvimento de técnicas e procedimentos experimentais, tais como a calcinação e a destilação.

 

O leão verde devorando o sol é uma imagem comum em registros alquimistas, feitos por indivíduos que faziam uso de alquimia.

Por que a alquimia é importante?


Do ponto de vista do desenvolvimento da Química como ciência, a alquimia foi de extrema importância para a síntese de diversos compostos e o desenvolvimento de técnicas experimentais que se mantêm até os dias atuais.

A influência da metalurgia, a fermentação e outros processos de manufatura fizeram com que alquimistas se aventurassem em manipular metais e produzir substâncias importantes, como sais, óxidos, bases e ácidos, como o ácido clorídrico, o ácido nítrico, entre outros.

Calcinação de amostra em um forno mufla, uma técnica que foi desenvolvida por alquimistas, que faziam uso de alquimia.
Calcinação de amostra em um forno mufla, uma técnica que foi desenvolvida por alquimistas.
Da mesma forma, os alquimistas foram responsáveis por criar vários procedimentos experimentais, como a calcinação, a cristalização, a destilação, a sublimação, a evaporação, o banho-maria, entre outras diversas técnicas.

O conjunto desses conhecimentos era utilizado para decompor a matéria em busca dos objetivos principais da alquimia.

Alquimia na atualidade

Atualmente, com a modernização cada vez maior da Química, é bem verdade que a alquimia parece estar esquecida. Contudo, durante o século XX, a alquimia teve algumas contribuições e alguns entusiastas por meio da busca ao elixir da longa vida e da transmutação de algum metal em ouro.

Na década de 1920, o Dr. Irvine Masson disse, em entrevista ao periódico Daily Mail, que até o momento, transmutações de átomos de elementos mais leves ao ouro não haviam sido realizadas, mas que o cientista Ernest Rutherford conseguiu desintegrar elementos em outros mais leves, deixando no ar a ideia de que a transmutação ao ouro era possível.

Na década de 1960, a física Judith Temperley bombardeou mercúrio com nêutrons de alta energia, destruindo um dos 80 prótons do elemento, em um processo conhecido como “captura de elétrons”. O que restou foi um átomo com 79 prótons no núcleo, atribuído ao elemento químico ouro. Na década de 1980, o vencedor do Prêmio Nobel Glenn Seaborg transmutou diversos átomos de bismuto em ouro. Isso foi usado pelos alquimistas para comprovar que a transmutação ao ouro enfim foi alcançada.

O psicólogo suíço Carl Jung (1875-1961) utilizou textos e livros alquimistas nas décadas de 1920 e 1930 para criar algumas correlações entre símbolos alquimistas com aquilo que era descrito pelo que seus clientes sonhavam.

 

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/alquimia.htm