Distorções Cognitivas

Homem com distorções cognitivasConheça as 9 mais frequentes!

 

A dificuldade de processamento de informações aparece na forma de distorções cognitivas, que nada mais são do que maneiras distorcidas de interpretar um acontecimento e as emoções provocadas por ele.

A depressão, por exemplo, pode ser entendida como um transtorno em que o paciente tem a chamada “visão de túnel”, tendo dificuldade para absorver o ponto positivo das informações com as quais tem contato.

Por mais simples que o conceito possa parecer, as distorções cognitivas são, na sua maioria, imperceptíveis para o paciente. Isso porque ele acredita estar diante de um fato, não de uma dificuldade de interpretação.

Continue a leitura para entender como as distorções cognitivas são manifestadas.

O que são distorções cognitivas

As distorções cognitivas são maneiras distorcidas com que as pessoas interpretam as situações a que são submetidas. Elas podem ser entendidas como uma espécie de pensamentos sabotadores ou até mesmo baixa autoestima. 

O ponto chave da definição de distorção cognitiva é entender que se trata de uma forma errônea de interpretar a situação, processando-a de forma desproporcional a que ela realmente aconteceu. Dessa forma, quando algo acontece ou alguma informação é passada, são produzidos inúmeros sentimentos negativos.

Contudo, ainda que as pessoas confundam a distorção cognitiva com a baixa autoestima, as distorções cognitivas vão muito além disso. A depressão é um transtorno que tende a produzir muitas distorções cognitivas, pois o paciente não consegue processar as informações de forma assertiva. 

O princípio por trás das distorções é simples: a maneira pela qual uma pessoa interpreta as situações cotidianas está diretamente relacionada aos seus pensamentos automáticos, sejam eles positivos ou negativos, considerando a ação desse pensamento sobre as emoções e o comportamento. 

Há uma relação direta entre os pensamentos, os sentimentos e as reações emocionais, ou seja, os comportamentos resultantes desta relação. Nesse sentido, qualquer alteração de um dos componentes implica na alteração dos resultados de tudo o que está envolvido nesse processo.

Tipos de distorções cognitivas

As distorções tendem a promover a auto sabotagem, deixando o paciente sem confiança. Se não forem percebidas ou até mesmo desconsideradas, podem potencializar o medo do paciente, podendo prejudicar o círculo social e as demais esferas da vida do indivíduo. 

O primeiro passo para lidar com elas de forma mais saudável, é saber identificá-las. Seguem algumas das mais comuns: 

1. Personalização

Nesse caso, a pessoa se sente completamente responsável pelos acontecimentos. Para ela, a única responsável pelo resultado daquele acontecimento é ela mesma. Se um relacionamento não dá certo, por exemplo, a pessoa acredita que foi por culpa dela.

2. Filtro mental

Consiste em focar nos aspectos negativos e ignorar o restante da informação. O negativo é filtrado e absorvido, ao passo que o positivo é esquecido. Um exemplo disso é quando uma pessoa faz um trabalho que agrada a todos. Porém, se uma pessoa criticar negativamente, é a única coisa que a pessoa irá lembrar. 

Esta distorção também aparece quando acreditamos que se algo aconteceu uma vez, acontecerá em todas as outras vezes da mesma forma, tendendo sempre para o negativo.

3. Maximização e minimização

Essa distorção cognitiva refere-se à maximização dos próprios erros e os acertos dos outros, além de minimizar os próprios acertos e os erros dos outros. Dessa forma, a pessoa não se importa se fez algo várias vezes certo no passado, mas o erro único irá determinar a sua competência e sucesso. 

4. Pensamento dicotômico

Consiste na valorização máxima dos acontecimentos, sem considerar os aspectos intermediários que fazem parte daquele momento. A pessoa tende a classificar as coisas como extremos opostos, ou seja, verdadeiras ou falsas. Se ela se esforça para algo e não atinge o que considera como perfeição, ela entende que o esforço não valeu para nada. 

5. Catastrofização

Ocorre quando a pessoa prevê o futuro de forma negativa, desconsiderando as outras probabilidades de resultado. Numa dinâmica de casal, por exemplo, se o namorado não atende as ligações que ela faz, provavelmente colocará como verdade que está sendo traída e que terminarão por causa disso.

6. Generalização

É uma distorção cognitiva caracterizada pelo ato da pessoa em generalizar o que aconteceu em um caso, para todos os outros, independente do nível de semelhança com o primeiro. A lógica que a pessoa segue é que se uma vez foi verdade, será sempre assim. Muitos pacientes apresentam a generalização através das falas: “Nada de bom nunca acontece comigo”; “Nunca me vou casar”; “Eu nunca termino o que começo”; “Eu jamais vou conseguir deixar de fumar”; “Nunca vou conseguir crescer profissionalmente”.

7. Raciocínio emocional

Refere-se à suposição de que as emoções refletem as coisas como elas são, ou seja, a pessoa acredita que o que ela sente é a razão pura. Se ela se sente incapaz por ter dificuldade em realizar uma atividade, ela entende que é uma verdade absoluta o fato dela ser incapaz em realizar aquela atividade.

Podem ser consideradas como crenças rígidas e inflexíveis de como a própria pessoa ou os demais deveriam ser. As exigências concentradas em na própria pessoa favorecem a autocrítica, enquanto as voltadas aos outros favorecem a raiva, a ira e a agressividade. 

8. Leitura da mente

Refere-se ao fato da pessoa afirmar que determinadas suposições são certas, ainda que não exista nenhuma comprovação que a sustente. É uma pessoa que acredita saber o que os outros pensam e o motivo pelo qual se comportam de tal maneira. Nesse conceito, são pensamentos do tipo “O que ele quer é me deixar nervoso!”, “Ele só tem interesse no meu dinheiro”

9. Rotulagem

Utilizar rótulos pejorativos para se descrever, ao invés de considerar também os acertos cometidos, qualidades e potencialidades. É dizer “sou inútil” invés de “cometi um erro, mas vou fazer melhor da próxima vez”.

A terapia é uma grande ferramenta para diminuir a força das distorções cognitivas, diminuindo o impacto negativo que originam. É importante estar atento para as distorções que forem sendo firmadas ao longo do caminho, pois é através da identificação que se torna possível o tratamento. 



Fonte: https://iptc.net.br/distorcoes-cognitivas/