O poder do pensamento e das palavras

poderPalavras.png

“A palavra é um fio de sons carregados por nossos sentimentos; Quando falamos, cada qual de nós apresenta o próprio retrato espiritual passado a limpo.”“A palavra é um fio de sons carregados por nossos sentimentos; Quando falamos, cada qual de nós apresenta o próprio retrato espiritual passado a limpo.”André Luiz, no livro Respostas da vida.

“Palavras, leva-as o vento”, diz o povo e com razão, na maioria das vezes. Mas, quando adentramos no conhecimento espírita, no conhecimento da espiritualidade, do Homem como um ser integral (Espírito imortal, temporariamente num corpo carnal), a coisa muda de figura. Afinal, as palavras têm muito poder.

p1.jpg

Tudo o que fazemos, aprendemos, enfim, tudo o que fere os nossos sentidos (para o bem e para o mal) fica registado no nosso Espírito, como numa base de dados de um disco rígido, ao qual se vai acedendo conforme for útil e possível.
Somos animais de hábitos, aprendemos e repetimos, criamos rotinas diárias e vamos sendo aculturados pelo meio onde reencarnamos.
No entanto, o nosso destino é escrito por nós mesmos, dia após dia, como se fosse num diário, com páginas em branco, onde ficam grafados todos os nossos sentimentos, pensamentos e atitudes.
O Espírito tem um patrimônio cultural e espiritual que depende sempre do seu esforço, perseverança e livre-arbítrio, daí que encontramos uns estagnados, outros em busca de um devir melhor, e outros que parecem dar saltos de gigante.

Vivemos no planeta Terra, planeta onde o Mal ainda se sobrepõe ao Bem, onde aportam Espíritos em provas e expiações, daí ser um planeta onde o sofrimento ainda é uma presença constante, parecendo não mais acabar.
Nesta época tormentosa da evolução terrestre, todos dizemos buscar a Paz, todos almejamos estar em paz.
Mas o que fazemos para que a Paz seja o caminho nas nossas vidas?
Muito pouco ou nada!
Pegando num jornal desportivo, encontramos expressões que com facilidade nos saltam dos lábios, em conversas triviais, como “duelo, embate, luta, jogo mata-mata, jogo de vida ou de morte, o jogador ceifou o adversário”, entre outros termos bélicos adaptados ao esporte.
Noutras áreas da nossa existência, passa-se o mesmo: “estou numa luta contra tal doença”, “vamos à luta do dia a dia”, enfim, de um modo generalizado e, por hábito, utilizamos um vocabulário bélico ao invés de expressões de paz.

Os nossos monumentos comemoram guerras, batalhas, dramas, as nossas avenidas têm o nome de guerras, batalhas.
Para construirmos a paz, precisamos de paz nos sentimentos para que os nossos pensamentos sejam de paz, para que nos expressemos com palavras de paz, e para que ajamos em paz.
Mas, para isso, é preciso mudarmos de hábitos, fazermos uma autovigilância acerca do que sentimos, pensamos e dizemos, para mudarmos de hábitos e passarmos a ter hábitos de paz.
Sem começar pelo princípio, como chegar ao fim?
“Não existe um caminho para a paz, a paz é o caminho”, referia Mohandas Gandhi, em consonância com a mensagem pacificada de Jesus de Nazaré.
Construir esse caminho é trabalho intransferível de cada um de nós, e de todos em conjunto.

Tudo à nossa volta, tudo o que fazemos ou pensamos, têm energias e vibrações. Cada vibração que emitimos ao Universo volta, em consonância com a lei de causa e efeito. Desta forma, é evidente que nossas palavras, geradas por nossos pensamentos, são carregadas de energias que voltam para nós de maneira positiva ou negativa. Assim, a Doutrina Espírita nos ensina que devemos pensar muito antes de falarmos e, claro, na forma que falamos.

p2.png

p3.png

Por meio das palavras, materializamos a nossa realidade, ou seja, o pensamento cria, a palavra potencializa e a materialização cria força para que tudo aconteça. Isto é real para tudo o que nos cerca, desde plantas, animais, crianças e, principalmente, nós mesmos, todos captamos essas energias.

p4.png

No livro Respostas da Vida, psicografado por Francisco Cândido Xavier, no Capítulo 23 intitulado Como Pensar, diz-se:


O pensamento é a nossa capacidade criativa em ação. Em qualquer tempo, é muito importante não nos esquecermos disso. A ideia forma a condição; a condição produz o efeito; o efeito cria o destino. A sua vida será sempre o que você esteja mentalizando constantemente. Em razão disso, qualquer mudança real em seus caminhos, virá unicamente da mudança de seus pensamentos. Imagine a sua existência como deseja deva ser e, trabalhando nessa linha de ideias, observará que o tempo lhe trará as realizações esperadas. As leis do destino carrearão de volta a você tudo aquilo que você pense. Nesta verdade, encontramos tudo o que se relacione conosco, tanto no que se refere ao bem, quanto ao mal. (XAVIER, 1975, p. 32).

 

Então, podemos entender que, caso proferirmos palavras pessimistas, que tenham conotação de dúvida, crítica, raiva, julgamento e até maldições, atrairemos energias semelhantes, sombras e enfermidades que atrasarão o progresso de nossa vida e trarão infelicidades e até doenças espirituais que podem refletir em nosso corpo físico, nos fazendo adoecer.

p6.jpg

As palavras têm esse poder de intenção e, desta forma, tudo o que dizemos, foi em algum momento, previamente pensado e, se pensamos, damos a elas força e contribuímos energeticamente para que elas se concretizem e se materializem. Em assim sendo, mesmo quando falamos algo ‘de brincadeira’, ou com a intenção de machucar ao outro, ou de forma sarcástica para que outro alguém entenda um recado maldoso, atrairemos para nós energias semelhantes.

p7.jpg

 

Ainda no livro Respostas da Vida, o capítulo 36, intitulado como Reclamações, ensina:


Aprendamos a evitar reclamações para não agravar dificuldades. Perante situações em que a corrigenda se faça realmente necessária, entregue as circunstâncias aos responsáveis pela orientação delas, que sabem quando e como intervir. Se você achou o ponto nevrálgico de alguma crise, terá encontrado o lugar onde o proveito geral lhe pede auxílio. Procurando retificar algum erro, vale mais o seu conhecimento do bem que o seu conhecimento do mal. Resguardando a harmonia de todos, imagine-se na condição da pessoa em que você pretende colocar o seu problema. Reflita nas tribulações que provavelmente estará atravessando a criatura a quem você deseja apresentar a sua crítica. A sua reclamação não lhe trará vantagem alguma. (XAVIER, 1975, p. 48).

Podendo influenciar tanto para o bem quanto para o mal, ao reclamar da vida, do trabalho, do dia, de um alguém, bem como falar mal de si ou dos outros, qualquer coisa de conotação negativa, cria-se energias pesadas sobre o que foi emitido. Quando compreendemos essa realidade, é preciso que passemos a empregar as palavras certas, no momento certo, visando a atrair pensamentos e energias mais positivas.

p8.png

Isso é confirmado pelo livro Seara dos Médiuns, capítulo 27, Palavra, onde encontramos a seguinte passagem:


Através de nossos conceitos orais, o pessimismo é porta aberta ao desânimo, o sarcasmo é corredor rasgado para a invasão do descrédito, a cólera é gatilho à violência, o azedume é clima da enfermidade e a irritação é fermento à loucura. Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto de ti, governa a própria emoção, e pronuncia a palavra que instrua ou console, ajude ou santifique. Mesmo que a provocação do mal te instigue à desordem, compelindo-te a condenar ou ferir, abençoa a vida, onde estiveres. A palavra vibra no alicerce de todos os males e de todos os bens do mundo. (XAVIER, 2009, p. 53).

Com uma palavra podemos influenciar para o bem ou para o mal. Podemos criar um paraíso ao nosso redor, ou o inferno. Sendo que o que quer que emanemos para os outros, criaremos em primeiro lugar para nós mesmos.  
Reclamando, falando mal da vida, falando mal dos outros, de nós mesmos, das coisas, estamos usando o poder das palavras para criar mais do mesmo, ou seja, mais daquilo que está nos fazendo sofrer. Ao compreendermos isso, começamos a usar as palavras com a intenção correta, ou seja, com um objetivo claro e firme de criar a realidade que desejamos e não aquilo que não queremos.

p9.png

p10.png

Em suma, que possamos criar o hábito de usar frases mais positivas, que nos façam sentir melhor, do acordar até o adormecer. Que utilizemos as palavras positivas com força, mentalizando-a de forma que elas se materializem e sejam auxiliares no processo individual de evolução, atraindo para nós mais situações felizes.

p11_1.jpg

Estejamos acordados. A espiritualidade nos ensina que devemos cuidar mais do que falamos, bem como do que lemos e escutamos. Sempre que pudermos escolher, vamos optar por palavras que nos edifiquem, que nos ajudem a elevar nossos pensamentos e sentimentos. Daí a importância tão grande com a escolha que fazemos dos livros que lemos, dos filmes que assistimos, das músicas que escutamos. Palavras e mais palavras, construindo ou destruindo o nosso universo interior e, consequentemente, exterior.
Você está consciente do poder criador que têm os pensamentos e palavras em sua vida?

p12.png

p13_1.jpg

p14.png

p15.jpg

Ele esqueceu a lancheira na escola. Desde cedo ensinamos a se responsabilizarem pelas próprias coisas e cuidar dos materiais escolares é responsabilidade deles. Mas enfim, pela terceira ou quarta vez ele esqueceu. A nossa primeira atitude, quando ele disse que esqueceu, foi dizer: "De novo, Miguel? Essa é a quarta vez!" .  É impressionante como a gente se acostumou a ser arquivo vivo dos erros dos filhos, né? "Você nunca faz como peço!", "Você perde tudo! Só não perde a cabeça porque tá grudada no pescoço!", "Seu quarto está sempre uma bagunça!". A mente humana tem uma tendência de guardar com mais intensidade as informações ruins. Saber do crocodilo no Rio é uma informação mais relevante para a sobrevivência que lembrar que a água do mesmo rio é morna e gostosinha. Mas, sabe, os erros dos nossos filhos não são crocodilos no Rio. A gente não precisa focar neles e os nossos filhos não precisam crescer observando as próprias falhas com lente de aumento. Ele esqueceu a lancheira na escola. Desde cedo ensinamos a se responsabilizarem pelas próprias coisas e cuidar dos materiais escolares é responsabilidade deles. Mas enfim, pela terceira ou quarta vez ele esqueceu. A nossa primeira atitude, quando ele disse que esqueceu, foi dizer: "De novo, Miguel? Essa é a quarta vez!" .  É impressionante como a gente se acostumou a ser arquivo vivo dos erros dos filhos, né? "Você nunca faz como peço!", "Você perde tudo! Só não perde a cabeça porque tá grudada no pescoço!", "Seu quarto está sempre uma bagunça!". A mente humana tem uma tendência de guardar com mais intensidade as informações ruins. Saber do crocodilo no Rio é uma informação mais relevante para a sobrevivência que lembrar que a água do mesmo rio é morna e gostosinha. Mas, sabe, os erros dos nossos filhos não são crocodilos no Rio. A gente não precisa focar neles e os nossos filhos não precisam crescer observando as próprias falhas com lente de aumento. Estacionamos na escola e eu falei: "Filho, você esqueceu a lancheira quatro vezes, não foi? E você sabe quantas vezes você lembrou?" Ele sinalizou não com a cabeça. "Acho que já temos uns 60 dias de aula. Se você esqueceu 4, quer dizer que lembrou 56! Cinquenta e seis, cara! cê tem noção do quanto isso é muito?“ O sorriso brotou no rosto. Ele já não estava focado no que não conseguia. Nitidamente uma onda de auto confiança percorreu o corpinho, porque o animo era quase palpável. "56 é muito mais que 4!"Humrum! 56 é muito mais que 4! E eu confio que você vai lembrar de pegar a sua lancheira hoje! Você acredita também?"Acho que sim!"Me abraçou bem forte, deu um beijo gostoso e entrou pra sala. E eu reforcei em mim o compromisso de ser arquivo vivo das boas memórias, de lembrar das capacidades que eles tem, inclusive - e talvez principalmente - quando eles mesmos duvidarem. Porque fortalecer as capacidades é encorajador!56 é maior que 4. E eu essa informação é muito mais relevante, no final das contas. ❤

 

Fonte: Palestra Raquel Puhl