A história do físico americano e seu papel no desenvolvimento da bomba atômica
A história do físico americano J. Robert Oppenheimer, seu papel no Projeto Manhattan e no desenvolvimento dabomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial, e o quanto isso mudaria a história do mundo para sempre.
Uma vez que já sabemos como essa história termina, o grande trunfo de Oppenheimer é nos levar aos detalhes mais morais e éticos desse acontecimento: para o físico, o desenvolvimento da bomba parte da ideia de frear conflitos posteriores, mas não demora até que um grande fato fique evidente: parece não haver genialidade que supere interesses políticos. O conhecimento científico de Oppenheimer se transforma, rapidamente, em uma exibição de poder que, até hoje, se tirarmos alguns minutos para refletir, é assustadora. É nesse sentido que o longa nos traz a sensação alarmante de que a história pode se repetir, especialmente quando é esquecida.
Durante suas três horas de duração e uma avanlanche de diálogos nem sempre fáceis de entender, a produção também nos leva a uma questão crucial: quem é o responsável pela tragédia? Quem dá uma resposta (cheia de margem para questionamentos) é o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman (Gary Oldman) em cena com o cientista: “ninguém se importa com quem criou a bomba, só com quem mandou jogar”. O sangue está nas mãos de quem? Talvez seja este o legado de Oppenheimer – do homem e do filme.
Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-296168/criticas-adorocinema/
Oppenheimer era um alto e magro fumante inveterado,[26] que muitas vezes esquecia de comer durante períodos de intensa concentração. Muitos amigos diziam que ele parecia ser autodestrutivo. Certa vez, Fergusson tentou distrair Oppenheimer de sua depressão aparente dizendo que ele (Fergusson) estava prestes a se casar com sua namorada; Oppenheimer pulou em cima de Fergusson e tentou estrangulá-lo. Oppenheimer foi assombrado por períodos de depressão ao longo de sua vida,[27][28] e uma vez disse a seu irmão: "Eu preciso da física mais do que de amigos".[29]
(...)
Os artigos de Oppenheimer eram considerados difíceis de entender, mesmo pelos padrões dos tópicos abstratos em que ele era especialista. Ele gostava de usar técnicas matemáticas elegantes, mas extremamente complexas, para demonstrar princípios físicos, embora às vezes fosse criticado por cometer erros matemáticos, presumivelmente por pressa. "Sua física era boa", disse seu aluno Snyder, "mas sua aritmética era terrível".[49]
Após a Segunda Guerra Mundial, Oppenheimer publicou apenas cinco artigos científicos, sendo um deles em biofísica, e não publicou mais nada após 1950. Murray Gell-Mann, vencedor do Nobel que, como cientista visitante, trabalhou com ele no Instituto de Estudos Avançados de Princeton em 1951, apresentou essa opinião:
Ele não tinha Sitzfleisch, "carne sentada", quando você senta em uma cadeira. Até onde eu sei, ele nunca escreveu um artigo longo ou fez um cálculo longo, nada desse tipo. Ele não tinha paciência para isso; seu próprio trabalho consistia em pequenos aperçus, mas brilhantes. Mas ele inspirava outras pessoas a fazer coisas, e sua influência era fantástica.[61]
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Oppenheimer
Em junho de 1942, o Exército dos EUA estabeleceu o Distrito de Engenharia de Manhattan para cuidar de sua parte no projeto da bomba atômica, iniciando o processo de transferência de responsabilidade do Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento Científico para os militares.[111] Em setembro, o brigadeiro-general Leslie R. Groves Jr. foi nomeado diretor do que ficou conhecido como Projeto Manhattan.[112] Em 12 de outubro de 1942, Groves e Oppenheimer decidiram que, para segurança e coesão, eles precisavam estabelecer um laboratório de pesquisa secreto e centralizado em um local remoto.[113]
Groves escolheu Oppenheimer para chefiar o laboratório secreto de armas do projeto, embora não se saiba exatamente quando.[114] Esta decisão surpreendeu muitos, porque ele tinha visões políticas de esquerda e nenhum registro como líder de grandes projetos. Groves temia que, por não ter um Prêmio Nobel, Oppenheimer não tivesse prestígio para dirigir colegas cientistas,[115] mas ficou impressionado com a sua compreensão singular dos aspectos práticos do projeto e com a amplitude de seu conhecimento. Como engenheiro militar, Groves sabia que isso seria vital em um projeto interdisciplinar que envolveria não apenas física, mas também química, metalurgia, material bélico e engenharia. Groves também detectou em Oppenheimer algo que muitos outros não detectaram, uma "ambição presunçosa",[116] que considerou que forneceria o impulso necessário para levar o projeto a uma conclusão bem-sucedida.[116] As relações do passado de Oppenheimer não foram ignoradas, mas, em 20 de julho de 1943, Groves ordenou que ele recebesse a habilitação de segurança "sem demora, independentemente das informações que vocês possam ter sobre o Sr. Oppenheimer. Ele é absolutamente essencial para o projeto".[117] Rabi considerou a nomeação "um verdadeiro golpe de gênio por parte do general Groves, que geralmente não era considerado um gênio".118
Como cientista, Oppenheimer foi lembrado por seus alunos e colegas como um pesquisador brilhante e professor cativante que fundou a física teórica moderna nos Estados Unidos. Bethe escreveu: "Mais do que qualquer outro homem, ele foi responsável por elevar a física teórica americana de um apêndice provinciano da Europa para a liderança mundial".[316] Uma vez que seus interesses científicos mudavam com frequência, nunca trabalhou tempo suficiente em um tópico específico para ser laureado com o Prêmio Nobel,[317] embora suas pesquisas tenham contribuído para a teoria dos buracos negros, o que poderia ter justificado o prêmio, caso ele tivesse vivido tempo suficiente para vê-las comprovadas por astrofísicos, nos anos seguintes.
Como consultor militar e de políticas públicas, Oppenheimer foi um líder na mudança de direção à tecnocracia nas interações entre ciência e militares, e no surgimento da "Big Science". Durante a Segunda Guerra Mundial, os cientistas se envolveram em pesquisas militares em um grau sem precedentes. Devido à ameaça que o fascismo representava para a civilização ocidental, eles se voluntariaram em grande número para assistência tecnológica e organizacional ao esforço Aliado, resultando em ferramentas poderosas como radar, a espoleta de proximidade e a investigação operacional. Como físico teórico culto e intelectual que se tornou um organizador militar disciplinado, Oppenheimer representou a mudança em relação à ideia de que os cientistas tinham a cabeça "nas nuvens" e que o conhecimento de assuntos esotéricos, como a composição do núcleo atômico, não tinha aplicações no "mundo real".[321]
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Oppenheimer