Pirâmide Ponzi

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Pirâmide financeira: como identificar e por que fugir dela?

 

O que é pirâmide financeira?

Pirâmide financeira, ou esquema Ponzi, é um prática ilícita e não sustentável que garante a remuneração financeira dos membros de um negócio pela entrada de novos integrantes na base da pirâmide. Por definição, em algum momento esse modelo deixa de ser sustentável, resultando na queda da pirâmide e no prejuízo dos seus membros.

Além disso, ressalta-se que a maior parte dessas pirâmides se escondem por trás de algum produto, serviço ou até de criptomoedas. No entanto, todas elas são criadas com o objetivo de garantir um ganho desproporcional para aqueles que estão no topo, sustentados pela base.

 Fonte [1]

 

 

A pirâmide financeira é um modelo de negócio não sustentável: em linhas gerais, ela funciona através da indicação desenfreada de novos membros, até que o número se torna tão absurdo que o esquema quebra. Pode ou não haver a venda de um produto envolvido, mas, normalmente, as informações são propositalmente rasas e confusas.

A premissa costuma ser: uma pessoa paga para entrar e, ao indicar um número determinado de novos membros, começa a receber dinheiro.

O apelo das pirâmides sempre vem através de grandes promessas: “ganhe dinheiro sem sair de casa”, “dobre seus investimentos” e “retorno garantido em pouquíssimo tempo” aparecem como chamarizes para que pequenos investidores apliquem.

Por que pirâmide?

A palavra pirâmide vem justamente do formato em que o modelo é desenhado: começa com um vendedor no topo, que convida um grupo de membros para o degrau abaixo. Cada pessoa neste degrau é responsável por recrutar seu próprio grupo, que ficará no próximo nível, e assim por diante.

Como cada novo membro faz um investimento inicial, os degraus inferiores vão sustentando os superiores, fazendo com que o dinheiro suba em direção ao topo.

É importante lembrar, no entanto, que um golpe fraudulento desse tipo não vai se apresentar como uma pirâmide, já que esse termo já rodou o suficiente para gerar suspeita. Muitas vezes, aparecerão termos como marketing multinível (um modelo legal de negócio, mas que pode servir de fachada para uma pirâmide), ou até outros formatos, como o de uma mandala, para disfarçar.

Por que é insustentável?

De maneira bem simples: porque há um número finito de pessoas no mundo. Para se sustentar, uma pirâmide financeira precisaria continuar crescendo para sempre.

Nem precisa ir tão longe. Em um esquema em que cada pessoa deve indicar outras seis, por exemplo, basta aplicar uma regra de progressão geométrica para descobrir que:

  • Seriam necessários 10 milhões de membros até o nível 9;
  • O nível 11 exigiria cerca de 360 milhões de participantes – mais do que os números de habitantes no Brasil, Colômbia, Argentina, Venezuela e Peru somados;
  • À altura do nível 13, não haveria pessoas suficiente no planeta para popular o degrau.

Mesmo pensando em pirâmides menos complexas a conta não fecha. Se o esquema exige que cada participante chame apenas dois membros, por exemplo, o recrutamento é mais fácil, mas aumenta a demora até o retorno financeiro chegar. No fim, o resultado é o mesmo.

Ou seja: as pirâmides financeiras sempre quebram. Assim que novos membros param de entrar, torna-se impossível cobrir a remuneração dos andares superiores. Quem não ganhou, não ganha mais – a maior parte das pessoas, já que cada degrau é exponencialmente mais populoso que o anterior.

É por isso que, de acordo com a lei 1.521/51, elas são consideradas crime contra a economia popular.

Como identificar uma pirâmide financeira?

Os esquemas de pirâmide têm alguns elementos comuns. Sozinhos, esses sinais não necessariamente significam um modelo fraudulento, mas devem fazer o investidor levantar sua guarda.

Segundo a Securities and Exchange Commission (SEC), agência federal americana, estes são os sinais mais gritantes de uma pirâmide financeira:

  • Ênfase no recrutamento: quando o programa é totalmente focado no aliciamento de novos membros, ou quando trazer participantes gera mais remuneração do que vender o produto.
  • Ausência de um produto genuíno: quando o tipo de mercadoria vendida no modelo é confuso, pouco claro ou difícil de avaliar – muitos produtos tecnológicos, por exemplo, acabam atraindo vendedores que não entendem o suficiente do assunto para saber quando são reais ou não.
  • Promessa de lucro alto em pouco tempo: dinheiro rápido de volta normalmente significa que a remuneração virá do recrutamento, não da renda gerada pela venda.
  • Renda fácil: o famoso “ganhe dinheiro dormindo”, mas em vários formatos – podem ser promessas de pagamento para recrutar outros membros ou criar anúncios em sites pouco conhecidos, por exemplo.
  • Ausência de renda comprovada: quando não há documentos que comprovem a atuação legal do negócio, assim como registro de renda advinda da venda de produtos.
  • Estrutura de comissão confusa: comissões em empresas legítimas são quase sempre atreladas a vendas, não a outros fatores. Pirâmides tipicamente têm sistemas de remuneração complexos.

Em resumo: esquemas de pirâmide são propositalmente elusivos sobre informações como qual é a fonte de receita da empresa e como os participantes ganham dinheiro. Não é nunca recomendável entrar em um negócio sem saber dados básicos como esses.

Como denunciar?

Vítimas desse tipo de golpe, ou pessoas que suspeitem de sua existência, podem fazer a denúncia ao Ministério Público Federal, Ministérios Públicos Estaduais,  ou, ainda, às polícias civil e federal.

O Ministério Público tem uma cartilha sobre o tema. Nela estão informações importantes sobre características das pirâmides, leis e algumas perguntas úteis para se fazer ao se deparar com um possível golpe:

  • Os distribuidores vendem mais produto uns para os outros do que para o público?
  • A quantidade de dinheiro que os membros ganham depende mais do recrutamento do que da venda do produto?
  • A empresa seria lucrativa sem a contínua adesão de novos distribuidores?

Ainda segundo a cartilha, a atividade dos esquemas comprovados como pirâmides pode gerar penas de prisão de até 5 anos.

 Fonte [2]

 

Por que tantas pessoas são vítimas de pirâmides financeiras?

Como se sabe, quando uma pirâmide financeira cai, normalmente aqueles que desenvolveram o modelo piramidal desaparecem levando uma verdadeira fortuna. E, do lado oposto, ficam aqueles deixados à deriva, os quais tiveram prejuízo com a operação e que podem ter perdido a economia de uma vida.

Mas por que será que tantas pessoas ainda caem nesse tipo de esquema? De um lado, isso acontece porque, de tempos em tempos, novos criminosos surgem criando esquemas de pirâmide como esses, sendo que cada vez mais os modelos ficam mais sofisticados e disfarçados.

No entanto, há também o outro lado da moeda, composto por indivíduos com a vontade assídua de enriquecer rápida e facilmente. Neste caso, a falta de educação financeira também corrobora com o aumento do número de vítimas desse tipo de golpe. 

Afinal, muitos são incapazes, por falta de conhecimento, de identificar a insustentabilidade de negócios envolvendo pirâmide. Por isso, é fundamental conhecer melhor o que é um esquema de pirâmide. 

Fonte [1]

 

Ganhar dinheiro fácil, rápido e com pouco trabalho: não é preciso se esforçar muito para entender por que tanta gente se atrai pela retórica das pirâmides financeiras.

Em uma sociedade brasileira atual em que cerca de 12 milhões de pessoas estão desempregadas e 65,6% das famílias têm algum tipo de dívida, não é surpreendente que tanta gente se seduza. Por isso, se informar é sempre o primeiro – e mais importante – passo. Quanto mais informação se tem, mais fácil fica identificar um discurso feito para enganar.

Fonte [1]

 

Numa Pirâmide Financeira apenas a alta cúpula e um número limitado de pessoas recebem dinheiro - mas sempre a minoria do esquema. - Imagem: Divulgação/Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF)

Fonte [3]

 

 

Exemplos:

 

O esquema de Charles Ponzi

Charles Ponzi foi o precursor das pirâmides financeiras. Ele criou o chamado “esquema Ponzi”, que é a origem dos famosos e atuais “ganhe dinheiro fácil pela internet”.

Nascido em 1882, na Itália, Ponzi imigrou para os Estados Unidos em 1903 e tornou-se um dos maiores trapaceiros da história.

Ponzi entrou no ramo de empréstimos prometendo juros de 50% em 45 dias ou de 100% em 90 dias. Ele pagava juros elevados aos investidores mais antigos com o dinheiro que ganhava dos novos e ainda usava parte do dinheiro para investir em cupons de selos postais, que eram adquiridos com baixo custo em outros países e revendidos por muito mais nos EUA, o que o ajudava também a pagar os clientes.

No entanto, se ele parasse de conseguir novos investidores, sua corrente entrava em colapso na mesma hora. E foi o que aconteceu.

Em 1920, o jornal Boston Post decidiu investigar o esquema por desconfiar do alto juro pago a tantas pessoas. Quando o especialista contratado pelo jornal descobriu que deveriam existir mais de 160 milhões de cupons em circulação para cumprir as promessas de Ponzi, mas só tinham 27 mil rodando, a notícia se espalhou e todos os seus clientes pediram o dinheiro de volta na mesma hora, o que o levou à prisão por diversas vezes em vários estados do país.

Ponzi faleceu em 1949, no Brasil, sem nada, na miséria, em um abrigo de indigentes.

Fonte [4]

 

Telexfree

Outro caso notórios foi o da empresa de anúncios e tecnologia VOIP (telefonia via internet), TelexFree, que após mais de 10 anos em operação, foi denunciada pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, dando início a um emaranhado de processos que se arrastam até hoje

A empresa oferecia ligações de longa distância mais baratas pela internet e prometia ganhos de dinheiro fácil para quem publicasse anúncios e trouxesse novos clientes. No entanto, essa remuneração não tem a fonte de recurso que o sustente, só se mantendo enquanto o volume dos recursos de novas adesões for suficiente para remunerar os anteriores.

Ou seja, a maior parte do faturamento da empresa vinha de investimentos de novos participantes no esquema e não de produtos de telefonia, como seria o correto para caracterizar-se uma atividade de marketing multinível e não de pirâmide financeira.

O esquema da companhia era dirigido pelo americano James Merrill e o brasileiro Carlos Wanzeler. Os dois eram sócios e, em 2012, abriram a Telexfree nos Estados Unidos. Eles são acusados de fraude e de operar um produto financeiro sem autorização.

Fonte [4]

 

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  Fonte [8]

 

MANDALA

Uma corrente que virou febre recentemente é a mandala, eles que intitulam como grupo de ajuda mutua, como se fosse um investimento que trás retorno rápido e multiplica o investimento por 7x, tomando como exemplo o caso mais comum do Mandala que é : você investe 100 reais e ganha 800.

Fonte [5]

 

Vídeos nas redes sociais explicam o funcionamento da Mandala: você entra na parte mais periférica do sistema – na água – e, à medida que as pessoas depositam a quantia na conta da pessoa que está no centro, a Mandala “gira” até que você seja o beneficiado pelos depósitos.

Fonte [6]

 

Os anúncios das Mandalas atrativos, pois eles fazem com que você acredite que colocando 100 reais, você irá multiplicar seu dinheiro por magica, coloca 100 reais e todo mundo vai sair com 800 reais na mão, feliz e satisfeito, o marketing da Mandala é excepcional, eles fazem com que a pessoa sinta que ela vai sair por cima e vai ganhar muito dinheiro em cima disso, só que não é bem assim.
A Mandala é uma esquema de pirâmide bem feito, para pessoas que se consideram espertas e acreditam que vão ganhar mais que todo mundo (...).

 no final as pessoas que doaram 100 reais vão ficar sem nada, até porque o método de giro precisa que, para que você ganhe, alguém antes de você deve investir 100 reais, mas vai chegar um momento que não vai ter ninguém para investir, ai as pessoas sustentarão outras pessoas e sairão sem nada, poucas pessoas ganham, mas a maioria perde, já que você doa seu dinheiro na espera de um retorno e outras pessoas ganham o seu dinheiro sem fazer nada.

 

Quando perceber alguém te criticando por não participar, não se deixe levar pela pressão psicológica, que eles fazem isso para te persuadir e levar o teu dinheiro sem trabalhar, esses ladrões estão por toda parte, e se você entra na Mandala consciente disso (...) são ladrões, essas pessoas não são dignas de criticar políticos corruptos até porque eles também são corruptos.

Fonte [5]

 

Conclusão:

Não invista quando não possuir entendimento suficiente sobre o ramo a ser aplicado. Há muitas estórias de pessoas que perderam altas quantias em negócios que prometiam altas rentabilidades.

Fonte [7]

 

Fonte [1]: Pirâmide financeira: saiba o que é e como não cair nesse esquema (suno.com.br)

Fonte [2]: Pirâmide financeira: como identificar e por que fugir dela? - Fala, Nubank

Fonte [3]: Pirâmide Financeira: o que é e como identificar uma? (poupardinheiro.com.br)

Fonte [4]: O que é pirâmide financeira ? E como isso ganhou influência mundialmente. (jusbrasil.com.br)

Fonte [5]: Mandala : A Podre Pirâmide (webartigos.com) 

Fonte [6]: Mandala: Conheça os riscos da pirâmide que promete R$ 800 em pouco tempo (simoesfilhoonline.com.br) 

Fonte [7]: O sistema para ganhar dinheiro de Ponzi: as fraudes piramidais (oarquivo.com.br)

Fonte [8] 'Mandala' ganha as redes, mas promotor diz que esquema é de pirâmide | A Gazeta (gazetaonline.com.br)